Considerações finais

quinta-feira, 31 de julho de 2008

Lembro-me que fui fazer a minha matrícula na Cásper Líbero em cima da hora, a dois dias do prazo final. Duas disciplinas inicialmente chamaram a minha atenção, e Mídia e Poder foi uma delas. Complicado pensar que, a partir de fevereiro, todas as minhas sextas-feiras seriam dedicadas a momentos de estudos e reflexões, em uma turma onde eu não conhecia absolutamente ninguém.

Hoje posso dizer que fiz a escolha certa. As aulas de sexta fugiam do convencional, tanto pelo estímulo à interação entre os estudantes quanto pela forma de avaliação: seminários e um blog.

Na aula, aprendi muita coisa. Aprendi que o trabalho em grupo pode se tornar engraçado, principalmente quando as reuniões são todas feitas online. Descobri que não devo apontara para um slide durante a apresentação. Conheci gente de vários campos, várias áreas, várias cidades, estados e países!

Percebi que a mídia pode não ser tão poderosa como parece, que não há verdade absoluta, aprendendo assim, a relevar mais as coisas também.

Mas o semestre chega ao fim. Da turma, fica a saudade. Com alguns, ainda me encontrarei nas salas de aula. Com o Dimas, pelo corredor da faculdade.

O momento aqui é de encerrar a avaliação final, mas não o blog, que pretendo levar adiante. É um momento de agradecimento também. Em um obrigada especial à equipe Google, que estampa a imagem do post.

Mas, como eu odeio despedidas, vamos fingir que nada está acontecendo?

Até a próxima!

Por que escolhi o jornalismo

Estou a poucos posts do final do blog e já estou ficando nostálgica. Após uma overdose de comunicação, teorias, vida online, parei para pensar: jornalismo, mas, por quê?

Lembrei-me de um texto que produzi para um processo seletivo de trainee da Editora Abril com o tema "Quem sou eu e por que escolhi o jornalismo como profissão". O texto ficou bem colocado e fui selecionada para a entrevista final. Bom, tá certo, não passei, mas pudera: entrevista feita em inglês por Diogo Schelp não é fácil!

Segue ele abaixo, na íntegra:
(ao lado, eu em meu primeiro dia na faculdade)

"Quando eu tinha sete anos, meu pai resolveu comprar uma filmadora semi profissional de um vizinho. A câmera, que custou na época por volta de cinquenta cruzeiros, serviu durante muito tempo para gravar aniversários, viagens, e momentos que até hoje estão guardados em cerca de dez fitas VHS quase mofas.

Uma das minhas maiores diversões era gravar telejornais. Com certa criatividade, que acredito ser hereditár
ia, eu fingia ser repórter e entrevistava a família inteira. Na época, eu fazia o papel de pauteira, repórter, editora e âncora de um mesmo noticiário. Meu pai acredita ter sido esse o momento em que descobri o que queria ser quando crescesse. Talvez ele tenha se arrependido de ter comprado a câmera, já que sempre insistiu para que eu prestasse direito, ou engenharia, ou farmácia, ou biologia. Tudo, menos jornalismo.

Tarde demais: a facilidade de me relacionar com as pessoas, a curiosidade que me faz parecer chata e questionar até o último porque, e a vontade de saber mais sobre mais coisas são características que me acompanham desde sempre.

Com menos de dez anos, já possuía um curriculum de dar inveja a muitos profissionais da área: havia criado três telejornais em apenas alguns meses. Percebendo que, provavelmente, devido a minha facilidade de comunicação eu seguiria a área de humanas, minha família começou a incentivar o hábito da leitura. Comecei com a coleção de Monteiro Lobato, passando por Machado de Assis, Guimarães Rosa, Carlos Drummond de Andrade até chegar em Tom Wolfe, Charles Buckowsky e Franz Kafka.

Mas neste momento já estou na faculdade. Então, vamos voltar a fita.

Falar de nós mesmos e por que fizemos determinadas escolhas não é algo fácil. Hoje eu diria que sou um acúmulo de experiências e conhecimentos adquiridos ao longo dos anos. Se sou tal amontoado de informações, certamente muitas destas foram propiciadas pelo curso que escolhi. O jornalismo me encanta por uma série de fatores.

Para começar, acredito realmente que a carreira tem como uma de suas principais funções o papel de serviço de utilidade pública. Somos a principal ferramenta pertencente ao meio pelo qual as pessoas se informam e fazem reivindicações. Não é à toa que a seção de perguntas e cartas aos leitores é tão procurada. O leitor quer ter voz, quer participar e, principalmente, quer saber.

Eu gosto do mundo novo que o jornalismo me ofereceu, e não consigo pensar em outra profissão que me forneça uma visão tão geral das coisas. A necessidade da constante atualização de conhecimentos faz com que eu insista na incansável busca de aprendizado. Confuso? Apenas quis dizer que o jornalista deve estar sempre atualizado. Ponto. É, aprendi também que escrever é a arte de cortar palavras (viva Drummond!).

Contar por que escolhi jornalismo é narrar um pouco de quem sou eu. Meu nome é Adriana, tenho 22 anos, nascida em São Paulo, capital. Sou chocólatra desde criança, apaixonada por viagens, literatura, cinema e música. Adoro conhecer bandas novas e discutir que elas não são tão novas assim, sendo provavelmente releituras de outras mais antigas. Sou repetitiva, falo demais e minha mãe diz que sou teimosa. Talvez esse seja meu maior defeito. Qualidades? Algumas. Dentre elas persistência e perfeccionismo.

Neste momento estou enrolada com o fim do meu curso e de um namoro. Minha monografia está caminhando, e em breve se consolidará em um livro reportagem de fato. Sou uma jornalista jovem, interessada em trabalhar na mídia impressa (apesar de meus primórdios televisivos), por gostar de brincar com as palavras.

Como todo texto deve ter começo, meio e fim, concluo esse dizendo que liguei para meu pai e ele me disse que tem orgulho da profissão que escolhi. Quando optei pela carreira de jornalismo, não sabia muito bem o porquê. Apenas senti – e tremi na hora de assinalar minha opção no vestibular. Mas acho que não seria piegas ao afirmar que hoje não saberia fazer outra coisa. E esse é apenas o começo."

Revolução Digital - 1

Um dia desses percebi como eu e muitas das pessoas com quem convivo somos dependentes do computador, principalmente da internet. Grande parte da minha comunicação, tanto no trabalho quanto com amigos e parentes, é por meio dela. A vida moderna me deixa interligada, mas ao mesmo tempo dependente.

Lembrei então de algo que aconteceu em São Paulo, que com certeza caracteriza bem essa realidade moderna: o Campus Party Brasil, realizado em fevereiro deste ano na cidade de São Paulo. Para quem não conhece, ele reúne interessados em tecnologia que se dispõem em levar seus PCs e passar uma semana "internados", participando de palestras, oficinas e discussões. Ele acontece desde 1997 na Espanha e pela primeira vez um outro pais o recebe. No Brasil, foram cerca de 3 mil inscritos.

O evento pode ser considerado como um tipo de representação da revolução que vivemos hoje em dia, ou seja, várias pessoas no mesmo lugar, conectadas, discutindo e se relacionando pela internet. Nós, "internautas", somos parte de uma espécie de sociedade alternativa, onde, além de nos relacionarmos com outras pessoas, também realizamos ações que interferem diretamente em nosso conhecimento e na "vida real": fazemos leituras, escrevemos, comentamos, compramos, assistimos vídeos...tudo isso ao mesmo tempo e sem sair do lugar. Consequentemente, somos também influenciados por estas novas mídias e pelas facilidades que elas nos apresentam.

No Campus Party Brasil foram abordados muitos assuntos que estão presentes no cotidiano de quem vive "online". Astronomia, Games, Robótica, Criação, Modding, Simulação, Desenvolvimento, Música, Blogs e Software Livre. Os participantes puderam participar de discussões sobre estes assuntos, trocar conhecimentos e ficar atualizados sobre as tendências atuais e futuras desse novo mundo virtual. Assuntos como Blogs e Simulação são bons exemplos da revolução que enfrentamos.

Os Blogs, já representando a participação do internauta na construção da informação na internet, que deixa de ser apenas um agente passivo. A Simulação representando os ambientes virtuais, a vida online e paralela, exemplificada por simuladores como Second Life e jogos online em geral, que proporcionam uma abstração da realidade.

Um universo novo e surpreendente, mas também cotidiano. Bateu um medo do futuro!

Publicidade - 3

Dias atrás, repassaram-me um site com algumas publicidades que fogem do comum: são muito criativas e inovadoras.

Segue o link para quem se interessar!

http://uaddit.com/discussions/showthread.php?t=642







Publicidade - 2

Para retratar o crescimento constante da publicidade online, aí vão alguns números:

"O primeiro trimestre de 2008 apontou receita com publicidade online de R$ 136,2 milhões. O valor é 36% maior que o registrado no mesmo período de 2007." (http://info.abril.com.br/aberto/infonews/052008/26052008-17.shl)


"De acordo com IAB (Interactive Advertising Bureau) o mercado brasileiro de publicidade online deve movimentar 470 milhões de reais até o final do ano, o que representará um aumento de 30% sobre os gastos com propaganda na web em 2006. Uma previsão do IAB estima que o Brasil deve encerrar 2007 com aproximadamente 37 milhões de internautas."(http://www.wbibrasil.com.br/boletim.php?id_boletim=424)


"Os investimentos de publicidade na web registrados em 2007 representam um aumento de cerca de 45,8% em relação ao resultado final de 2006. Com isso, a Internet se posiciona como a mídia que mais cresceu percentualmente no ano passado."(http://opiniaoenoticia.com.br/interna.php?id=15014)

Publicidade - 1

Os sites mudaram muito desde que comecei a acessar a internet. Antes, a maioria era feita com tabelas simples, imagens com poucas cores, ferramentas pouco desenvolvidas e a publicidade quase que inexistente. Os banners representaram o início da publicidade online, imagens que pulavam na tela ou que ocupavam um espaço no próprio corpo do site.

Conforme foi crescendo o acesso à web, novas maneiras de se explorar a publicidade foram sendo criadas: ferramentas que bloqueavam os pop-ups surgiram e os banners como simples imagens já não chamavam mais atenção. Com a utilização de animações, os banners se tornaram mais atrativos, e vez da abertura de pop-ups, foram criados os "banner flutuantes", que ficam por cima do conteúdo de um site, porém na mesma janela. É um jeito mais agradável e simples de mostrar os anúncios.

Nos últimos anos, surgiu um novo modo de se anunciar, o link patrocinado, algo inimaginável anos atrás e que hoje é tido como o básico para se realizar um anúncio ou mesmo uma campanha online. Outro modo de anunciar que surgiu com a evolução da internet é o chamado "viral", onde o objetivo é que o material seja repassado e divulgado pelo próprio publico, pode ser uma imagem, um texto ou o mais utilizado, um video.

Espiral do Silêncio - 1

Em complemento à teoria do Agenda Setting, surge o que chamamos de Espiral do Silêncio.

Funciona mais ou menos assim. A hipótese, proposta por Elisabeth Noelle-Neumann, afirma que os indivíduos que possuem opiniões diferentes da maioria tendem a se manter calados, com receio de represálias vindas da maioria da população.

É grande o medo de contrariar a opinião pública que, como dissemos, baseia-se em muito do que a mídia publica.

Bom, nem precisamos dizer o quanto isso é ruim. Primeiramente porque NINGUÉM DETÉM A VERDADE ABSOLUTA SOBRE NADA, ou seja, devemos nos sentir livres para expor nossas opiniões sem medo de represálias.

Além disso, a diversidade é um ótimo instrumento para a democracia. Imagine só, por exemplo no caso da Escola Base, onde inocentes foram acusados. A mídia estava certa?