Meu dia de ataque

domingo, 18 de maio de 2008

Os ataques da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), em julho de 2006, foi o tema do segundo mini-seminário apresentado na aula de Mídia e Poder. Ao grupo coube apresentar versões de cobertura da mídia no caso. A sala ficou em sua maioria, durante a discussão, tentando se lembrar o que fazia há cerca de dois anos, quando os ataques foram realizados.

E eu, fiquei com vontade de contar o que fazia também:

"Há dois anos, eu estava no meu último ano de faculdade em Bauru, interior de São Paulo. Acredito que eu estava lá em julho por conta de alguma greve. Viviamos enfrentando greves e paralizações. Mas eu me lembro bem que não me preocupei muito com os ataques, estava na república de um pessoal da minha sala, e morrendo de fome. Era o dia do tal toque de recolher. Não sei por que imaginei que o mercado estaria aberto. Pois bem, fui lá. As ruas vazias, nenhum carro, apenas poucos corajosos como eu faziam não sei o quê passeando.

Frustrei-me, porque o mercado realmente estava fechado. Triste e sem pão, voltei para casa quando, no caminho, passa uma daquelas motos cujo escapamento dá uns estouros. Para meu deleite, um carinha saiu correndo gritando "Tiros! Tiros!". Se houvesse olhado para trás, veria que o barulho de tiro saía do motor uma Honda.


Em Bauru, os ataques e mortes foram intensos, lá é uma cidade relativamente grande, e possui uma penitenciária onde o PCC atua. As aulas da semana foram suspensas, e nós ficamos enfurecidos. Parecia que a formatura cada vez mais seria adiada"
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